UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC
CELA: DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
CURSO: ARTES CÊNICAS – 5º PERÍODO
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO TEATRO BRASILEIRO I
DOCENTE: ADRIANA SANTELI
DISCENTE: FRANCISCO LINDEMBERGUE RICARTE DO NASCIMENTO
FRANÇOISE PESSOA CAVALCANTE
GILVÂNIA EVANGELISTA ALVES
DATA: 26/11/2009
26 de novembro de 2009
ANÁLISE DA OBRA
“ELES NÃO USAM BLACK-TIE”
GIANFRANCESCO GUARNIERI
ANÁLISE DA PEÇA “ELES NÃO USAM BLACK-TIE” DE GIANFRANCESCO GUARNIERI.
TÍTULO/AUTOR/ÉPOCA/TRADUÇÃO
Eles não usam black-tie é de Gianfrancesco Guarnieri, foi sua primeira peça. Foi escrita no século XX, no ano de 1958, e quando encenada pela primeira vez, foi colocado no lugar de cenários pomposos e figurinos luxuosos apenas elementos de cena indispensáveis pelo cenógrafo Flávio Império e no lugar de personagens rico-nobres, operários e moradores do morro.
ESTRUTURA FORMAL DO TEXTO
Esta peça está dividida em três atos e seis quadros, onde o primeiro ato possui dois quadros, o segundo dois quadros e o terceiro dois quadros.
1° ATO:
Quadro I
- Maria diz que está grávida e combinam o noivado.
¬¬- Otavio revela uma suposta greve.
Quadro II
- Preparação para festa de noivado.
- Bráulio informa que a maioria aderiu à greve e que se iniciará nos próximos dias.Acontece a festa de noivado.
2° ATO:
Quadro I
– Discutem sobre a possibilidade de Tião furar a greve.
- Bráulio é informado que a polícia está em sua casa para prendê-lo, por ser líder grevista.
Quadro II
- Maria e Tião conversam sobre a possibilidade de irem morar na cidade após o casamento.
- Maria aconselha Tião que antes de qualquer possibilidade de querer furar a greve pense nos amigos que tanto lhe quer bem.
3º ATO:
Quadro I
- Maria conta a Romana que está grávida e pede para não contar a Seu Otavio.
- Bráulio informa que Tião furou a greve.
- Romana recebe a noticia da prisão de Otávio.
Quadro II
- Otávio expulsa Tião de casa.
- Maria diz para Tião que não vai embora com ele para a cidade.
DRAMATIS PERSONAE: NOMES, SUAS POSIÇÕES NA HIERARQUIA DO TEXTO
Nesta peça não esta bem clara o protagonista e o antagonista pelo fato da idéia de heroísmo, e personagem de maior destaque, típico dos protagonistas, se entrelaçarem confundindo o leitor entre Otávio e Tião. Mas apesar de não ter clareza entre essa divisão acredito que seja Otávio, pelo fato de sua bravura e heroísmo ao enfrentar uma causa tão complexa que foi a greve, do inicio ao fim, e sair como vencedor. seguem como antagonista Tião, Maria e Romana. Esta obra tem características épicas por isso tem personagens que poderiam até nem estar a li como, por exemplo: Chiquinho e Terezinha.
Tião: Irmão de Chiquinho, filho de Otávio e Romana, e namorado de Maria e trabalha na fábrica.
Maria: Namorada de Tião é técnica em corte e costura e trabalha na oficina.
Chiquinho: Irmão de Tião é entregador de uma venda e é apaixonado por Tezinha com quem namora.
Terezinha: Anda com Chiquinho e ajuda Romana.
Otávio: Pai de Chiquinho e Tião Trabalha na fábrica e é líder sindical.
Romana: Esposa de Otávio. Cuida da casa e lava roupas para fora para auxiliar a renda doméstica.
Bráulio: Faz parte da liderança grevista e é amigo de Otávio e Romana.
João: È irmão de Maria e melhor amigo de Tião.
Jesuino: Marido de Dalva e amigo da família de Otávio.
Dalva: Esposa de Jesuíno.
CONSTELAÇÃO DOS PERSONAGENS
Tião Otávio
João Chiquinho Dalva
Maria Jesuíno
Terezinha
Romana Bráulio
FUNÇÃO DAS PERSONAGENS:
“Eles não usam black-tie situa-se numa favela, nos anos 50, e tem como tema a greve, e ao lado da greve a peça tem como pano de fundo um debate sobre as grandes verdades eternas, reflexões universais sobre a frágil condição humana, sobre os homens e seus conflitos. É a história de um choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto.
O pai, Otávio, é operário de carreira, um sonhador, um idealista, leitor de autores socialistas e, ao mesmo tempo um revolucionário por convicção e consciente de suas lutas. Forte e corajoso entre os seus companheiros, experimentou várias lideranças, algumas prisões, com isso ganha destaque entre os seus transformando-se num dos cabeças do movimento grevista.
O filho, Tião, em razão das prisões do pai grevista, é criado praticamente, na cidade, longe do morro, com os padrinhos, sem conviver com esse mundo de luta e reivindicação da classe operária. Hoje adulto e morando no morro com os pais, vive um dos maiores conflitos de sua vida. Em primeiro lugar não quer aderir à greve, pois acha que essa é uma luta inglória, sem maiores resultados para a classe. Em segundo lugar pretende se casar com Maria, moça simples, porém determinada e leal ao seu povo, e está esperando um filho seu. Desta forma, Tião está mais preocupado com o seu futuro do que com a luta de seus companheiros, que sonham com melhores salários. Para Tião, greve é algo utópico. Ele não tem tempo para esperar, precisa resolver seus problemas de imediato, ou seja, se casar.
É preciso esclarecer que Tião, ao contrário de seu amigo Jesuíno, malandro, fraco e oportunista, é um jovem corajoso, mesmo porque fura a greve sem medo dos companheiros, achando que está agindo corretamente. Por essa atitude, acaba perdendo a amizade de todos de seu grupo, restando apenas um colega da fábrica e João, irmão de Maria, um homem ponderado e maduro capaz de compreender a situação conflitante vivida pelo amigo Tião e ainda apoiar sua irmã neste momento difícil.
Na realidade, Tião não tem medo do confronto com o inimigo. O seu medo é outro, é o grande medo de toda a sociedade, o medo de ser pobre, por isso quer subir na vida e deixar para trás a condição difícil e miserável do morro, que, por sinal, é desafiada cotidianamente pela coragem e bravura de Romana, sua mãe, mulher de pulso e determinação e responsável pelo equilíbrio da casa e da família.
Eles não usam black-tie é um texto político e social, sempre atual no qual Gianfracesco Guarnieri criou de um lado, personagens marcantes e populares como Terezinha, Chiquinho, Dalvinha e Jesuíno que nos revelam um mundo alegre, descontraído e aparentemente feliz. Já por outro lado a peça se apresenta forte e densa, revelando de maneira real os conflitos que atormentam personagens como Otávio, Romana, Tião, Maria e Bráulio. São tais encontros e são esses momentos alegres e comoventes , que nos provocam o riso e a dor, alegria e tristeza. Assim, se por um lado mostra um olhar profundo dentro da sociedade brasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor poético materializado na visão romântica do mundo de seus personagens.
Embora, na convencional teoria de dramaturgia teatral não se enquadre essa abordagem, o drama social é de natureza épica e por isso mesmo uma contradição em si mesma. Aqui, novamente Guarnieri quebrou também outra regra essencial, presente nos manuais do "bom drama": ao invés de trazer personagens "superiores" como protagonistas, ele se utilizou de gente humilde, trabalhadores comuns, para conduzir sua história. Mesmo as mais simples metáforas, foram pinçadas nos mais básicos valores de nossa cultura popular, como por exemplo, na metáfora do amor, o feijão, prato massivo na América do Sul, teria um "coração de mãe".
A temática não é política, muito menos panfletária. O que discorre são relações de amor, solidariedade e esperança diante dos percalços de uma vida miserável. Assim, a peça alia temas como greve e vida operária com preocupações e reflexões universais do ser humano. Sob o olhar de Karl Marx, em um retrato iluminado por um feixe de luz na parede do cenário, o debate entre a coletividade e o individualismo, simultaneamente cru e sensível, vai crescendo.
Eles não usam black-tie é um marco do teatro de temática social. Foi com a encenação de Eles não usam black-tie, que se iniciou uma produção sistemática e crítica de textos dispostos a representar as classes subalternas, com ênfase para a representação do proletariado. Nesse sentido, a peça de Guarnieri insere-se num quadro que se ampliou a partir da década de 1950, quando surgiu uma dramaturgia com preocupações ligadas à representação de uma camada específica da sociedade brasileira e, para além disso, em busca da construção de uma identidade nacional pautada em variedades culturais internas.” (Lindembergue e Gil)
“Nesta obra a impulsionadora de todo o drama não está em um personagem humano, mas em uma situação social, é a situação da greve em uma fábrica que move os conflitos, pois a partir dela se revelam os desejos individuais, bem como do coletivo dentro de uma mesma classe de trabalhadores, neste caso, operários. Os conflitos giram em torno da greve, esta por sua vez não é levada ao palco garantindo uma característica épica para a obra de Guarniery.
A personagem Romana trás para a peça a imagem de uma pessoa “pé no chão”, que não se deixa levar por romantismos e sensibilidades, ela usa da razão e coloca isso claramente para os demais. Já Maria que é bem mais jovem que Romana ainda é sonhadora, mas não tanto quanto o seu noivo, este sim, acredita que pode ter uma vida melhor, ainda é bastante sonhador. Otávio se revela um legítimo pai de família da metade do século XX, onde criou os filhos com muita dificuldade, porém com dignidade. Apesar de ser o chefe da família, se mostra no final da peça como um homem sensível e sujeito a erros. Para poupar o filho de represarias por parte dos colegas da fábrica, diz ao filho que o culpado de toda sua ação (furar a greve) é dele, pois não o criou direito e deixou Tião sentir o gosto da vida fora daquele mundo de operários, de moradia em barracos no morro.
A função de Bráulio é trazer as informações da greve e sua organização. Chiquinho e Terezinha mostram o curso natural da vida, onde o filho geralmente segue o caminho do pai, Chiquinho sonha em trabalhar na fábrica como seu pai e um dia casar com Terezinha, como seu irmão mais velho. Terezinha é uma menina moça a procura não só de um marido, mas de uma família que possa adotar como sua, pois na obra não se fala da família de Terezinha, parece-nos que ela mora com uma tia. Juvêncio, apesar de não aparecer fisicamente na obra, garante perfeitamente a parte artística daquela classe de pessoas humildes e moradores de morro. Coloca na obra de Guarniery o que acontece corriqueiramente até os dias de hoje nas favelas do Brasil a fora ou até mesmo fora delas, onde o criador de certas obras é trapaceado por aqueles que usam de “má fé” para se dar bem financeiramente.” (Françoise Pessoa)
TEMPORALIDADE
A história se passa num tempo que havia muitas greves de operário, num tempo que o Brasil se afirmava economicamente, mas ao mesmo tempo não remunerava bem seus trabalhadores. O tempo dramático do texto é linear, se passa em um período de duas semanas, mais precisamente em 10 dias:
“(...) vai se preparando, Tião. Num dou duas semanas e vai estourar uma bruta greve (...)” (pg. 19)
ESPAÇO
O tempo dramático da peça é final dos anos 50, do século passado. O espaço físico se encontra na periferia da cidade de São Paulo, na verdade toda a peça está localizada no “barraco”, casa de Romana e Otávio localizado em um morro. Dentro do texto temos várias passagens que indicam o espaço dramático da peça e observamos durante as falas que esta periferia é um morro:
“Bráulio (arfando) - Êta subidinha braba! Romana – E eu que subo isso umas quatro vezes por dia!” (pg. 44)
ASPECTOS INQUIETANTES
Chamou-me atenção, a forma que o autor coloca dentro deste texto, social-político, outros assuntos como, por exemplo, a diversidade das religiões, fugindo assim de seu foco principal que, a meu ver, é o abuso de poder sobre os mais fracos (pobres), ou aqueles que não têm ascensão social através de um “NOME” ou situação financeira bem sucedida. Até a Arte de Juvêncio foi ceifada, logo a Arte que é algo, muitas vezes, que acreditados que ninguém pode se apropriar, que ninguém pode roubar.
Outro ponto interessante e inquietante são os personagens de Chiquinho e Terezinha, são papéis que poderiam não estar ali, mas com isso, Guarnieri, garante mais uma característica épica a sua obra. O que tem haver, a mulher que vai parir (Cândida) com toda a história? Guarnieri quis mostrar a coletividade e generosidade das pessoas do morro, das pessoas mais simples. Mas, mesmo assim é inquietante.
Apesar de não aparecer como personagem, considero Juvêncio um personagem tão importante quanto os outros, pois está o tempo todo na peça com sua sonoplastia fantástica e intrigante, comovendo os espectadores com seu samba melodramático. Só se sabe que ele sofreu uma desventura amorosa e por isso canta e toca sua música para curar suas mágoas. Por que somente toca na parte da noite?
Em referência ao equipamento de trabalho de Chiquinho, sua cesta que ele carinhosamente chama de Amélia: Para que Chiquinho à utiliza?
Qual a enfermidade na qual a mãe de Maria é vítima?
Sabe-se, porém que Maria é técnica em corte e costura. E trabalha em uma oficina. Qual a função exercida pela mesma na oficina?
Fala-se na Tia de Terezinha. Sabe-se que seu pai faleceu ainda em sua infância. Quem é, sua tia? E sua mãe, onde está? Será que ela é órfã?
sábado, 2 de janeiro de 2010
POESIA: ACONTECE
“Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”:
"Primeiramente o nascimento vindo de uma solidão embrionária, logo depois uma busca pelo outro,
pois nem um ser humano vive sozinho. Mas tarde um novo nascimento, deste ninguém consegue fugir,
estamos falando do desejo, este por sua vez, leva ao pecado. A ingenuidade já não existe! Entra em
cena toda forma de amar com suas formas mais sublimes, mas como nem tudo são flores, o ser
humano cai na tentação que leva a traição daquele amor que agora já está permeado de medos e
desilusões. Foi paixão? Talvez não. Foi amor? Talvez sim. Mas onde começa o amor e onde termina
a paixão? Acreditando que somente no leito de morte teremos esta definição, durante todo percurso
natural da vida do homem, da vida da mulher é permitido o perdão e oportunidades diversas para ter
momentos de intensa felicidade."
Françoise Pessoa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC
CELA: DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
CURSO: ARTES CÊNICAS – 5º PERÍODO
DISCIPLINA: DANÇA
DOCENTE: VALESKA ALVIM RIBEIRO
DISCENTES: RODINEIS (DEISE); ELTON E FRANÇOISE PESSOA
AVALIAÇÃO FINAL: APRESENTAÇÃO – DANÇA-TEATRO
DATA: 10/12/2009
Tema: Amor
Sub-Tema: Desejo; pecado; traição; abandono; perdão.
Nome do Espetáculo: “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”
Cenário:
Este trabalho é com base nas concepções da Dança-Teatro, mais especificamente na visão da coreógrafa, dançarina, pedagoga de Dança e diretora de balé, Pina Bausch. Pina utiliza em seus cenários, elementos orgânicos por gostar de ver no palco a interferência destes com os movimentos. Portanto, o cenário do espetáculo, “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”, também foi concebido com elementos orgânicos, estes por sua vez, são típicos da nossa região amazônica, eles fazem parte da estação atual e abundam nos quatro cantos da cidade de Rio Branco/AC - Brasil.
São eles:
Flores silvestres da região.
Água.
Coités. “árvore nativa do Brasil, a árvore-de-cuia ou cabaça, cabaceira, cabaceiro, coité. É cultivada como medicinal e como ornamental, pela boa madeira, embora apodreça facilmente na umidade, e especialmente pelo fruto, a cuia, de que se fazem objetos de uso doméstico, como recipientes e vasilhas (ou cuias) e instrumentos musicais, como o agüê. Fonte: Dicionário Eletrônico Houaiss.”
Folhas de diversas árvores.
Objetos cênicos:
Maçãs.
Elástico de cabelo.
Figurino:
Roupa de gala.
Iluminação:
Este tópico fica submetido a tempo, disponibilização de técnico/iluminador do Teatro de Arena do SESC ou eventuais acontecimentos.
Sonoplastia:
Depois de uma longa pesquisa por músicas de diferentes estilos foi elaborada uma faixa particular para este trabalho, foram utilizadas músicas dos seguintes artistas:
Helder Vasconcelos (Agrestino).
Queca Vieira (Meio barro, meio tijolo)
Artista desconhecido ( música de ninar)
CD Titanic ( momento de tensão)
Claudinho e Bochecha ( Avião sem asa...)
Tempo de Duração:
5’ e 16”.
Processo de Criação, produção e conclusão:
O processo se deu através da disciplina de Dança oferecida para discentes do 5º período do curso, licenciatura Arte/Teatro da Universidade Federal do Acre – UFAC. A professora responsável foi Valeska Alvim Ribeiro.
Durante aproximadamente cinco meses a Prof. Valeska aplicou em suas aulas vários métodos que dessem suporte para que seus aprendizes compreendessem e absorvessem dança-teatro, na visão e concepção de Pina Bausch. Através de teorias e práticas foi se construindo um saber sobre esta forma de fazer dança, ou talvez, esta forma de fazer teatro. Após várias aulas/oficinas foi proposto para os alunos que construíssem um roteiro para um espetáculo, este teria que ser feito com base em tudo que foi explanado em sala de aula, ou seja, criado e fundamentado na concepção de Bausch.
Para melhor compreensão faz-se necessário falar um pouco desta grande artista, Pina Bausch. Nascida em 1940 na cidade de Solingen/Alemanha, desde a infância se envolveu com a dança e teve uma carreira notável, mas foi na década de 70 do século passado que lançou ao mundo novas formas e estilos de fazer teatro e dança, foi então criado o estilo de dança-teatro, ela é considerada a precursora deste segmento. Em sua dança-teatro ou teatro-dança, como alguns denominam, ela trabalha o psicológico individual de seus bailarinos, estes por sua vez, são de diversos lugares do mundo garantindo aos espetáculos de sua companhia uma diversidade cultural, geográfica e social, com isso, leva ao palco questões existenciais no que diz respeito a vários sentimentos, como: amor; ódio; repressão; alegria; medos; solidão; companheirismo e etc...
Algumas características da dança-teatro de Pina estão em movimentos repetitivos, envolvimento com o outro, o expressionismo na dança, contar história através da dança, do gestual ou do corpo, utilizar da memória afetiva dos bailarinos para compor espetáculos, usar elementos orgânicos para construir seus cenários, o figurino é composto de roupas de gala.
Dito isto, o espetáculo, “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”, foi concebido e concluído com base nos direcionamentos da dança-teatro de Pina Bausch e orientação da Prof. Valeska Alvim Ribeiro.
Sinopse:
“Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”:
Primeiramente o nascimento vindo de uma solidão embrionária, logo depois uma busca pelo outro, pois nem um ser humano vive sozinho. Mas tarde um novo nascimento, deste ninguém consegue fugir, estamos falando do desejo, este por sua vez, leva ao pecado. A ingenuidade já não existe! Entra em cena toda forma de amar com suas formas mais sublimes, mas como nem tudo são flores, o ser humano cai na tentação que leva a traição daquele amor que agora já está permeado de medos e desilusões. Foi paixão? Talvez não. Foi amor? Talvez sim. Mas onde começa o amor e onde termina a paixão? Acreditando que somente no leito de morte teremos esta definição, durante todo percurso natural da vida do homem, da vida da mulher é permitido o perdão e oportunidades diversas para ter momentos de intensa felicidade.
Dificuldades:
Algumas dificuldades foram enfrentadas ao longo do processo, essas estão nos campos do psicológico, expressão corporal, horários e locais de ensaios.
Psicológico: Alguns integrantes do grupo relutaram para não alcançar suas memórias afetivas por medo da exposição e ou medo de relembrar o passado ou um presente de sua vida que trás, em alguns casos, sofrimento mental.
Expressão corporal: O grupo é formado por três integrantes, dois deles, nunca tiveram contato com a Dança propriamente feita. Portanto, a busca por movimentos desta linguagem ficou comprometida e foi um processo bastante doloroso.
Horário e locais de ensaios: Pelo fato do curso de teatro não ter espaço próprio foram buscados várias alternativas, tais como: salas de aula, estas muitas vezes, com defeito no piso e sem possibilidade de audição da sonoplastia por motivos de incomodar as salas vizinhas. Os horários também foram alternativos, se estabelecendo em intervalos de trabalhos profissionais do grupo e inicio do turno escolar, ou seja, da 17h às 18h 45m.
A maior dificuldade esteve presente na perda de um integrante do grupo logo após a escolha do roteiro para o espetáculo. Foi uma perda significante e desestabilizadora para todos os outros integrantes, mas ao longo dos ensaios foi superado com muita dificuldade.
Agradecimentos:
À nossa professora de Dança, Valeska Alvim, pelas palavras de apoio e incentivo; pelo carinho e "puxões de orelhas". Por nos oportunizar a participar da realização deste processo tão importante e rico para um futuro arte educador na linguagem teatral, aos nossos colegas de curso.
Rio Branco, dezembro de 2009
CELA: DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES
CURSO: ARTES CÊNICAS – 5º PERÍODO
DISCIPLINA: DANÇA
DOCENTE: VALESKA ALVIM RIBEIRO
DISCENTES: RODINEIS (DEISE); ELTON E FRANÇOISE PESSOA
AVALIAÇÃO FINAL: APRESENTAÇÃO – DANÇA-TEATRO
DATA: 10/12/2009
Tema: Amor
Sub-Tema: Desejo; pecado; traição; abandono; perdão.
Nome do Espetáculo: “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”
Cenário:
Este trabalho é com base nas concepções da Dança-Teatro, mais especificamente na visão da coreógrafa, dançarina, pedagoga de Dança e diretora de balé, Pina Bausch. Pina utiliza em seus cenários, elementos orgânicos por gostar de ver no palco a interferência destes com os movimentos. Portanto, o cenário do espetáculo, “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”, também foi concebido com elementos orgânicos, estes por sua vez, são típicos da nossa região amazônica, eles fazem parte da estação atual e abundam nos quatro cantos da cidade de Rio Branco/AC - Brasil.
São eles:
Flores silvestres da região.
Água.
Coités. “árvore nativa do Brasil, a árvore-de-cuia ou cabaça, cabaceira, cabaceiro, coité. É cultivada como medicinal e como ornamental, pela boa madeira, embora apodreça facilmente na umidade, e especialmente pelo fruto, a cuia, de que se fazem objetos de uso doméstico, como recipientes e vasilhas (ou cuias) e instrumentos musicais, como o agüê. Fonte: Dicionário Eletrônico Houaiss.”
Folhas de diversas árvores.
Objetos cênicos:
Maçãs.
Elástico de cabelo.
Figurino:
Roupa de gala.
Iluminação:
Este tópico fica submetido a tempo, disponibilização de técnico/iluminador do Teatro de Arena do SESC ou eventuais acontecimentos.
Sonoplastia:
Depois de uma longa pesquisa por músicas de diferentes estilos foi elaborada uma faixa particular para este trabalho, foram utilizadas músicas dos seguintes artistas:
Helder Vasconcelos (Agrestino).
Queca Vieira (Meio barro, meio tijolo)
Artista desconhecido ( música de ninar)
CD Titanic ( momento de tensão)
Claudinho e Bochecha ( Avião sem asa...)
Tempo de Duração:
5’ e 16”.
Processo de Criação, produção e conclusão:
O processo se deu através da disciplina de Dança oferecida para discentes do 5º período do curso, licenciatura Arte/Teatro da Universidade Federal do Acre – UFAC. A professora responsável foi Valeska Alvim Ribeiro.
Durante aproximadamente cinco meses a Prof. Valeska aplicou em suas aulas vários métodos que dessem suporte para que seus aprendizes compreendessem e absorvessem dança-teatro, na visão e concepção de Pina Bausch. Através de teorias e práticas foi se construindo um saber sobre esta forma de fazer dança, ou talvez, esta forma de fazer teatro. Após várias aulas/oficinas foi proposto para os alunos que construíssem um roteiro para um espetáculo, este teria que ser feito com base em tudo que foi explanado em sala de aula, ou seja, criado e fundamentado na concepção de Bausch.
Para melhor compreensão faz-se necessário falar um pouco desta grande artista, Pina Bausch. Nascida em 1940 na cidade de Solingen/Alemanha, desde a infância se envolveu com a dança e teve uma carreira notável, mas foi na década de 70 do século passado que lançou ao mundo novas formas e estilos de fazer teatro e dança, foi então criado o estilo de dança-teatro, ela é considerada a precursora deste segmento. Em sua dança-teatro ou teatro-dança, como alguns denominam, ela trabalha o psicológico individual de seus bailarinos, estes por sua vez, são de diversos lugares do mundo garantindo aos espetáculos de sua companhia uma diversidade cultural, geográfica e social, com isso, leva ao palco questões existenciais no que diz respeito a vários sentimentos, como: amor; ódio; repressão; alegria; medos; solidão; companheirismo e etc...
Algumas características da dança-teatro de Pina estão em movimentos repetitivos, envolvimento com o outro, o expressionismo na dança, contar história através da dança, do gestual ou do corpo, utilizar da memória afetiva dos bailarinos para compor espetáculos, usar elementos orgânicos para construir seus cenários, o figurino é composto de roupas de gala.
Dito isto, o espetáculo, “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”, foi concebido e concluído com base nos direcionamentos da dança-teatro de Pina Bausch e orientação da Prof. Valeska Alvim Ribeiro.
Sinopse:
“Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”:
Primeiramente o nascimento vindo de uma solidão embrionária, logo depois uma busca pelo outro, pois nem um ser humano vive sozinho. Mas tarde um novo nascimento, deste ninguém consegue fugir, estamos falando do desejo, este por sua vez, leva ao pecado. A ingenuidade já não existe! Entra em cena toda forma de amar com suas formas mais sublimes, mas como nem tudo são flores, o ser humano cai na tentação que leva a traição daquele amor que agora já está permeado de medos e desilusões. Foi paixão? Talvez não. Foi amor? Talvez sim. Mas onde começa o amor e onde termina a paixão? Acreditando que somente no leito de morte teremos esta definição, durante todo percurso natural da vida do homem, da vida da mulher é permitido o perdão e oportunidades diversas para ter momentos de intensa felicidade.
Dificuldades:
Algumas dificuldades foram enfrentadas ao longo do processo, essas estão nos campos do psicológico, expressão corporal, horários e locais de ensaios.
Psicológico: Alguns integrantes do grupo relutaram para não alcançar suas memórias afetivas por medo da exposição e ou medo de relembrar o passado ou um presente de sua vida que trás, em alguns casos, sofrimento mental.
Expressão corporal: O grupo é formado por três integrantes, dois deles, nunca tiveram contato com a Dança propriamente feita. Portanto, a busca por movimentos desta linguagem ficou comprometida e foi um processo bastante doloroso.
Horário e locais de ensaios: Pelo fato do curso de teatro não ter espaço próprio foram buscados várias alternativas, tais como: salas de aula, estas muitas vezes, com defeito no piso e sem possibilidade de audição da sonoplastia por motivos de incomodar as salas vizinhas. Os horários também foram alternativos, se estabelecendo em intervalos de trabalhos profissionais do grupo e inicio do turno escolar, ou seja, da 17h às 18h 45m.
A maior dificuldade esteve presente na perda de um integrante do grupo logo após a escolha do roteiro para o espetáculo. Foi uma perda significante e desestabilizadora para todos os outros integrantes, mas ao longo dos ensaios foi superado com muita dificuldade.
Agradecimentos:
À nossa professora de Dança, Valeska Alvim, pelas palavras de apoio e incentivo; pelo carinho e "puxões de orelhas". Por nos oportunizar a participar da realização deste processo tão importante e rico para um futuro arte educador na linguagem teatral, aos nossos colegas de curso.
Rio Branco, dezembro de 2009
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