sábado, 2 de janeiro de 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC


CELA: DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES

CURSO: ARTES CÊNICAS – 5º PERÍODO

DISCIPLINA: DANÇA

DOCENTE: VALESKA ALVIM RIBEIRO

DISCENTES: RODINEIS (DEISE); ELTON E FRANÇOISE PESSOA

AVALIAÇÃO FINAL: APRESENTAÇÃO – DANÇA-TEATRO

DATA: 10/12/2009



Tema: Amor

Sub-Tema: Desejo; pecado; traição; abandono; perdão.

Nome do Espetáculo: “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”

Cenário:

Este trabalho é com base nas concepções da Dança-Teatro, mais especificamente na visão da coreógrafa, dançarina, pedagoga de Dança e diretora de balé, Pina Bausch. Pina utiliza em seus cenários, elementos orgânicos por gostar de ver no palco a interferência destes com os movimentos. Portanto, o cenário do espetáculo, “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”, também foi concebido com elementos orgânicos, estes por sua vez, são típicos da nossa região amazônica, eles fazem parte da estação atual e abundam nos quatro cantos da cidade de Rio Branco/AC - Brasil.

São eles:

 Flores silvestres da região.

 Água.

 Coités. “árvore nativa do Brasil, a árvore-de-cuia ou cabaça, cabaceira, cabaceiro, coité. É cultivada como medicinal e como ornamental, pela boa madeira, embora apodreça facilmente na umidade, e especialmente pelo fruto, a cuia, de que se fazem objetos de uso doméstico, como recipientes e vasilhas (ou cuias) e instrumentos musicais, como o agüê. Fonte: Dicionário Eletrônico Houaiss.”

 Folhas de diversas árvores.

Objetos cênicos:

 Maçãs.

 Elástico de cabelo.

Figurino:

 Roupa de gala.

Iluminação:

 Este tópico fica submetido a tempo, disponibilização de técnico/iluminador do Teatro de Arena do SESC ou eventuais acontecimentos.

Sonoplastia:

Depois de uma longa pesquisa por músicas de diferentes estilos foi elaborada uma faixa particular para este trabalho, foram utilizadas músicas dos seguintes artistas:

 Helder Vasconcelos (Agrestino).

 Queca Vieira (Meio barro, meio tijolo)

 Artista desconhecido ( música de ninar)

 CD Titanic ( momento de tensão)

 Claudinho e Bochecha ( Avião sem asa...)

Tempo de Duração:

 5’ e 16”.

Processo de Criação, produção e conclusão:

O processo se deu através da disciplina de Dança oferecida para discentes do 5º período do curso, licenciatura Arte/Teatro da Universidade Federal do Acre – UFAC. A professora responsável foi Valeska Alvim Ribeiro.

Durante aproximadamente cinco meses a Prof. Valeska aplicou em suas aulas vários métodos que dessem suporte para que seus aprendizes compreendessem e absorvessem dança-teatro, na visão e concepção de Pina Bausch. Através de teorias e práticas foi se construindo um saber sobre esta forma de fazer dança, ou talvez, esta forma de fazer teatro. Após várias aulas/oficinas foi proposto para os alunos que construíssem um roteiro para um espetáculo, este teria que ser feito com base em tudo que foi explanado em sala de aula, ou seja, criado e fundamentado na concepção de Bausch.

Para melhor compreensão faz-se necessário falar um pouco desta grande artista, Pina Bausch. Nascida em 1940 na cidade de Solingen/Alemanha, desde a infância se envolveu com a dança e teve uma carreira notável, mas foi na década de 70 do século passado que lançou ao mundo novas formas e estilos de fazer teatro e dança, foi então criado o estilo de dança-teatro, ela é considerada a precursora deste segmento. Em sua dança-teatro ou teatro-dança, como alguns denominam, ela trabalha o psicológico individual de seus bailarinos, estes por sua vez, são de diversos lugares do mundo garantindo aos espetáculos de sua companhia uma diversidade cultural, geográfica e social, com isso, leva ao palco questões existenciais no que diz respeito a vários sentimentos, como: amor; ódio; repressão; alegria; medos; solidão; companheirismo e etc...

Algumas características da dança-teatro de Pina estão em movimentos repetitivos, envolvimento com o outro, o expressionismo na dança, contar história através da dança, do gestual ou do corpo, utilizar da memória afetiva dos bailarinos para compor espetáculos, usar elementos orgânicos para construir seus cenários, o figurino é composto de roupas de gala.

Dito isto, o espetáculo, “Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”, foi concebido e concluído com base nos direcionamentos da dança-teatro de Pina Bausch e orientação da Prof. Valeska Alvim Ribeiro.

Sinopse:

“Paixões e desilusões. Enfim, Amor!”:

Primeiramente o nascimento vindo de uma solidão embrionária, logo depois uma busca pelo outro, pois nem um ser humano vive sozinho. Mas tarde um novo nascimento, deste ninguém consegue fugir, estamos falando do desejo, este por sua vez, leva ao pecado. A ingenuidade já não existe! Entra em cena toda forma de amar com suas formas mais sublimes, mas como nem tudo são flores, o ser humano cai na tentação que leva a traição daquele amor que agora já está permeado de medos e desilusões. Foi paixão? Talvez não. Foi amor? Talvez sim. Mas onde começa o amor e onde termina a paixão? Acreditando que somente no leito de morte teremos esta definição, durante todo percurso natural da vida do homem, da vida da mulher é permitido o perdão e oportunidades diversas para ter momentos de intensa felicidade.

Dificuldades:

Algumas dificuldades foram enfrentadas ao longo do processo, essas estão nos campos do psicológico, expressão corporal, horários e locais de ensaios.

 Psicológico: Alguns integrantes do grupo relutaram para não alcançar suas memórias afetivas por medo da exposição e ou medo de relembrar o passado ou um presente de sua vida que trás, em alguns casos, sofrimento mental.

 Expressão corporal: O grupo é formado por três integrantes, dois deles, nunca tiveram contato com a Dança propriamente feita. Portanto, a busca por movimentos desta linguagem ficou comprometida e foi um processo bastante doloroso.

 Horário e locais de ensaios: Pelo fato do curso de teatro não ter espaço próprio foram buscados várias alternativas, tais como: salas de aula, estas muitas vezes, com defeito no piso e sem possibilidade de audição da sonoplastia por motivos de incomodar as salas vizinhas. Os horários também foram alternativos, se estabelecendo em intervalos de trabalhos profissionais do grupo e inicio do turno escolar, ou seja, da 17h às 18h 45m.

A maior dificuldade esteve presente na perda de um integrante do grupo logo após a escolha do roteiro para o espetáculo. Foi uma perda significante e desestabilizadora para todos os outros integrantes, mas ao longo dos ensaios foi superado com muita dificuldade.

Agradecimentos:

À nossa professora de Dança, Valeska Alvim, pelas palavras de apoio e incentivo; pelo carinho e "puxões de orelhas". Por nos oportunizar a participar da realização deste processo tão importante e rico para um futuro arte educador na linguagem teatral, aos nossos colegas de curso.

Rio Branco, dezembro de 2009

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