sábado, 18 de abril de 2009

Sobre as relações existentes entre as nomenclaturas existentes no ensino de artes atualmente em relação às academias, e o classicismo.


Este texto vem pra falar sobre nomenclaturas, classicismo e academia. Para dar início acho necessário que nos apropriemos de seus significados absolutos, segundo os dicionários existentes em nosso país, para depois seguirmos com especificidades acerca destas palavras.
Nomenclatura: Vocabulário dos nomes; conjunto de termos técnicos de uma arte ou ciência; arte de classificar os objetos da ciência, e dar nomes; catálogo; lista.
Classicismo: Sistema literário ou artístico que imita os clássicos; construção própria dos clássicos.
Academia: Sociedade de eruditos ou artistas; Edifício onde se reúne a academia; Conjunto dos estudantes que seguem cursos superiores ou especiais; Nome de determinados estabelecimentos de instrução; Nome de certos grêmios de caráter recreativo; Conjunto dos estudantes de um liceu; Sistema literário ou artístico que imita os clássicos; Construção própria dos clássicos.
Agora sim, vamos partir para as suas especificidades dentro do trabalho proposto para o texto que é sobre a nomenclatura sugerida e usada atualmente para o ensino das artes no Brasil; Como o termo academia chegou e se afirmou no mundo; Como o classicismo ainda se encontra presente no ensino aprendizagem da arte no Brasil.
A palavra academia tem sua origem derivada de um nome próprio, o herói Academus. Platão usava o parque deste herói para transmitir ensinamentos aos jovens gregos, lhes dando condição e preparação espiritual (filosófica) para servir ao Estado. Com o tempo este parque foi sendo conhecido como academia. Desde então se lê este nome, academia, sempre fazendo ligações a estudos, aprendizagens e ensinamentos. As academias hoje também são de maneira geral locais, objetos concretos, ou seja, prédios onde se ensina de tudo, não só as artes, mas este trabalho tem referencias do ensino da arte, mas precisamente na Belas-Artes; Artes plásticas; Artes visuais e cultura visual. Mas aí você se pergunta: Estes nomes não têm o mesmo significado? A mesma plasticidade? Pois é, apesar de uma englobar a outra, a outra unir-se com a outra, a outra ter fundamentos iguais às outras, elas tem contextos históricos diferentes.
Estes nomes estão no plano dos humanos, como tudo que é de origem humana é um processo em transformação, isto também acontece com os nomes que empregamos para denominar o ensino das artes. Desde as academias de Belas-Artes até a contemporaneidade temos uma variação, porém, nem um nome deste citado no parágrafo acima, deixa de existir porque se criou outro, na verdade as academias (instituições de ensino) de hoje não entraram num senso comum para definir o nome do ensino da arte. Como quase tudo na era contemporânea estes nomes ficam soltos e sendo usados na medida em que se faz necessário a um momento, a um arte-educador ou mesmo aos próprios artistas.
Justificarei agora a minha premissa sobre um nome se fundir ao outro, para isso preciso fazer uma ligação entre o legado deixado desde as academias de Belas-Artes até hoje, esta aproximação se encontra no que ainda usamos deste tempo na nossa atualidade. Rapidamente nos condicionamos a pensar no classicismo que nos traz a concepção do belo. Ele está por toda parte de nossas academias, onde ainda usamos de modelos gregos e pinturas de artistas famosos do classicismo para tomar como base o nosso aprendizado, fazendo, por exemplo: Releituras de obras.
A maioria das escolas de hoje, e tendo apoio do MEC, Ministério da Educação e Cultura, utiliza deste momento histórico, classicismo, para ensinar as artes plásticas ou artes visuais ou mesmo a cultura visual. Porém, em meios a tantas transformações destes nomes temos as transformações de novas perspectivas artísticas e culturais, em vista disso foi preciso buscar um nome para o ensino das artes que englobasse todas as formas de expressão artística do momento, o que mais se adaptou a estas novas descobertas artísticas no século XXI foi a Cultura Visual onde permite um entrelaçar de modos, formas, leituras, técnicas, enfim pode de certa maneira abrigar o “caos” que a contemporaneidade permite a estes tempos sobre, o pensar, fazer, contemplar, apreciar, vislumbrar as artes.
Para finalizar, lhes digo:
“Como um bom e leal contemporâneo não podemos eliciar toda estas nomenclaturas sobre a arte de ensinar a arte. Deixemos que o próximo momento histórico a nomeie, ou não!”
Françoise Pessoa

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