sexta-feira, 29 de agosto de 2008



Cia. Lolomindas
Histórias, brincadeiras e cantigas de roda para o projeto “Alegria tá na Rua”
Françoise é integrante da Cia. Lolomindas, que participa do projeto “Alegria tá na Rua"
Texto: Giselle Lucena Assessoria de Comunicação FGB
Com quase três meses de existência, a Cia. Lolomindas de contação de história já tem mostrado um trabalho repleto de talento e energia. Mas não é por menos. A cia. é formada pela dupla Françoise Pessoa e Marília Bonfim. A primeira é integrante da Turma do Rufino, a segunda é formada em Artes Cênicas. Ambas carregam vasta experiência na arte teatral. “Trabalho com cultura todos os dias, eu vivo disso”, diz Françoise. A dupla também conta com Rogério Curtura e Dinho Gonçalvez que auxiliam a dirigir os espetáculos.
No repertório, elas usam textos antigos e atuais, de autores consagrados e desconhecidos. “Os nossos espetáculos são misturas de teatro, contação de história, brincadeiras e cantigas de roda, queremos divertir as crianças, levá-las para o mundo da fantasia e da diversão”, explica Françoise. O grupo tem espetáculos para público infantil e adulto, que podem ser apresentados em escolas, aniversários e nas ruas.
O projeto “Alegria tá na Rua”, realizado pela Prefeitura de Rio Branco, via Fundação Garibaldi Brasil, já levou a Cia. para se apresentar em lugares como o Terminal Urbano, o Parque Chico Mendes, a Praça do Bairro São Francisco, a Praça da Cidade Nova e, neste sábado, às 18horas, para a Praça L.B.A, no Bairro Calafate.
Segundo Françoise, as comunidades desses bairros já estão acostumadas com os locais e horárias das apresentações. “O projeto tem uma agenda fixa, com isso, o povo já fica esperando pelos espetáculos”, diz ela. A artista ainda afirma que é difícil para algumas famílias levar seus filhos ao teatro, e o projeto tem levado a arte para mais próximo da população. “As famílias podem ter acesso aos bens culturais próximo a sua casa”, conta.











Circo no Teatro


03-Dez-2007
Última temporada de “O Circo na Praça” acontece durante os domingos de dezembro

“Roubam-nos tudo, mas não nos roubam a alma” esse é um trecho da fala de “Sorriso”, personagem do espetáculo “O Circo na Praça” que estréia sua nova temporada neste domingo (02), às 17h30, no Theatro Hélio Melo.
Sorriso é um dos personagens da peça que conta a história de três palhaços que após uma intervenção imobiliária que desapropria o circo em que trabalhavam se vêem desempregados e resolvem vender balões para montar um novo circo na praça. Riso e emoção permeiam o enredo que ultrapassa o limite de uma simples comédia infantil revelando aspectos sociais. “Também é uma história de resistência a um sistema que oprime e reprime o cidadão roubando-lhe o sonho de um mundo melhor”, comenta Rogério Curtura, o Palhaço Rufino, que compara o espírito persistente do palhaço ao do brasileiro que mesmo diante de muitos problemas não dá margem à desistência.
Piolhinho, Microbinho, Coizinha e Palhaço Rufino compõem a “Turma”. O espetáculo é patrocinado pela Foto MM e Arnaldo Papelaria. O apoio é da Rádio Aldeia, Serviço Social do Comércio – Sesc/Ac e Fundação Garibaldi Brasil.
Os ingressos são vendidos ao valor de R$ 10, crianças até sete anos, estudantes e comerciários pagam a metade do preço. “É um espetáculo para todas as idades, não é porque estamos vestidos de palhaços que a história é uma palhaçada, ela tem começo, meio e fim”, garante a integrante do grupo, Françoise Pessoa, que recomenda a pontualidade dos expectadores, lembrando da temporada anterior em que muita gente perdeu o início do espetáculo por atraso.
Três Temporadas - A primeira temporada de “O circo na praça” teve início em dezembro de 2005 no Teatro de Arena do Sesc. Em 2006, a Turma do Rufino realizou outras atividades e apenas em setembro deste ano retomou as apresentações em uma segunda temporada que reuniu um público total de 857 expectadores distribuídos em seis apresentações No Theatro Hélio Melo, durante todo esse mês de dezembro acontece a terceira temporada do espetáculo teatral, quem ainda não prestigiou a peça deve aproveitar a oportunidade oferecida pela Turma que já prepara uma nova produção para o próximo ano chamada “Palhaçadas”.
Texto e Foto: Edmê Gomes – estudante de Comunicação Social/Ufac – estagiária FGB




Teatro para melhorar relação entre pai e filho
A peça “A Vingança do Fantasma” conta a história de um garoto que se sente esquecido pela família
“A Vingança do Fantasma” tem atraído um grande número de pessoas entre crianças e adultos.

Andréa Zílio
Tudo começa com a insatisfação de um menino com a ausência dos insubstituíveis momentos de troca de brincadeiras, carinho e amor entre mãe e filho que vão se perdendo a cada dia, quando ela dá mais importância para fatos do cotidiano do que um tempo que passa e nunca retorna. Esse drama encenado em clima de comédia infantil pela Turma do Rufino, está atraindo um grande número de pessoas para um momento de reflexão sobre a relação entre pai e filho.
O espetáculo “A vingança do fantasma” conta a história de um garoto que se sente esquecido pela família e cria uma maneira de chamar a atenção de sua mãe para o problema. Disfarçado de fantasma, usando a magia da arte circense, o menino em perna-de-pau passa a assombrá-la. Assustada, ela pede a um homem que acaba se transformando em super herói para ajudá-la.
O desenrolar do espetáculo se dá com o desabafo do garoto pedindo perdão pela brincadeira, mas sem deixar de demostrar toda sua insatisfação com a falta de atenção e carinho da mãe, que comovida, pede perdão ao filho prometendo mudar de comportamento.
“A vingança do fantasma” é uma maneira divertida que o grupo encontrou de propor uma reflexão sobre muitos aspectos da vida familiar, principalmente nas relação pai e filho, que muitas vezes é deixada para último plano, tendo como prioridade os afazeres da vida moderna, que, segundo os artistas, têm dificultado uma vida mais feliz no lar. Segundo Rogério Curtura, 37, que interpreta o super-herói Silvester Estalinho, a idéia é passar que é possível melhorar a vivência da criança na família e escolher o amor como o sentimento capaz de fazer essa mudança.
O palhaço Rufino
Rogério, que é carioca, tornou-se conhecido no Acre, onde mora há 20 anos, com o personagem que criou o palhaço Rufino. Mas, ainda no Rio de Janeiro, deu os primeiros passos para a arte de encenar. A influência veio do pai, que tocava com o famoso palhaço Carequinha, na orquestra do saudoso Chacrinha e do extinto circo Garcia, fechado recentemente.
Mas foi aqui no Estado, há 18 anos, que diz ter começado a fazer teatro como profissão.
Hoje, sua esposa Françoise Pessoa é também colega de trabalho. Nesse novo espetáculo, ela interpreta a viúva Márcia, mãe do garoto carente. Papel que também ocupa na vida real com o filho Rogério Junior, que faz o fantasminha Pipão. A família se reúne para mostrar o que muitas estão esquecendo. “O espetáculo alcança os adultos principalmente pela mensagem que passa. Eles saem de lá pensando em algo que realmente está acontecendo. Fazemos uma crítica construtiva para que mudem esse comportamento e as crianças saem cobrando isso”, fala Rogério.
A procura do público tem deixado a família de artistas bastante feliz por estarem alcançando o objetivo, que é de mostrar às pessoas o problema e também a solução, que segundo Rogério é simples e de grande efeito.
SERVIÇO – O espetáculo “A vingança do fantasma”, que está em cartaz há um mês e ficará por mais um, está acontecendo todos os domingos, pontualmente às 18 horas, no Cine Teatro Recreio. Crianças com menos de três anos não pagam. Os ingressos estão a venda ao preço de R$ 6. Estudantes que apresentarem a carteira pagam apenas meia entrada.





O espetáculo já começou !!!!!!
Lei Municipal de Incentivo à Cultura financia oficina de iniciação à arte circense
Rogério Júnior é filho e assistente de Rogério Curtura e Françoise Pessoa.
Giselle Lucena – Assessoria de Comunicação FGB
Risadas, vibrações de alegria, suspense, equilíbrio, concentração e muita diversão. Não é um circo. Mas é quase isso, é uma oficina de iniciação à arte circense. Rogério Curtura e Françoise Pessoa, mais conhecido como Palhaço Rufino e palhaça Coizinha, são os responsáveis pela atividade que está acontecendo no Centro Cultural Taumaturgo Filho, um projeto financiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura com apoio do Banco HSBC.
Segundo o artista, além de lazer e entretenimento, com essa oficina, os alunos recebem orientações adequadas para a realização de exercícios de forma correta e com o acompanhamento de um profissional da área. Além disso, apesar de ser uma oficina prática, o circo e a arte circense são discutidos naturalmente entre acrobacias e malabares.
“Durante a oficina nós ouvimos músicas e assistimos a vídeos para que os alunos tenham o espírito e a interação com essa arte”, diz Rufino. O projeto também tem como objetivo fazer com que alguns alunos ingressem no ramo e possam capacitar outras pessoas. “É preciso formar alunos que possam dar continuidade ao trabalho, ministrando oficinas aqui ou em outros espaços.”
Aulas e turmas
A oficina formará duas turmas, cada uma com 30 alunos e duração de até um mês e meio. As aulas da primeira turma começaram no início de outubro e acontecem de segunda à quarta-feira, das 18h30 às 21 horas. Nas aulas, a turma é divida em três grupos, cada um deles faz um exercício diferente por um determinado tempo, e então os grupos revezam entre as atividades de malabares, monociclo e perna-de-pau, entre outros.
Essa oficina de iniciação à arte circense compreende atividades de aquecimento, alongamento, cambalhota, estrela; modalidades de malabares com bolinhas e claves, monociclo, perna-de-pau e técnicas em acrobacia de solo; execução de saltos; além de oficinas de confecção de claves, exercícios de coordenação motora, entre outros.
Opinião de quem faz
A turma é formada por alunos a partir de 10 anos. A maioria está praticando a arte circense pela primeira vez, como Skayller Guerold, 12 anos. “Gosto mais dos malabares e do monociclo, esse mundo circense me atrai cada vez mais”, conta. O monociclo também chama a atenção de Otávio Freitas, 14. “Acho legal e interessante, é um pouco difícil mas bem divertido”, afirma.
Gilvan Oliveira, 17, tem uma história diferente. Ele já participou de outras oficinas oferecidas pelo Palhaço Rufino e hoje é um dos assistentes de Curtura. “Quanto mais gente para ensinar, melhor, pois aqui alegria é o que não falta.” Rogério Júnior, 13, é filho e assistente de Rogério Curtura, e não vê problemas em ajudar os alunos. “Eles passam pelas mesmas dificuldades que eu passei, então fico até admirado, pensava que era só comigo”, diz.

domingo, 24 de agosto de 2008

Você saber ler uma peça teatral? Confira!


Lendo uma Peça
- Questões que você deve se perguntar ao Ler uma Peça –

Do que trata a peça em termos de gêneros literários (tragédia, comédia, melodrama, tragicomédia...)?

De que trata a peça em termos metafóricos (o conceito)?

Qual o conflito do texto?

Quem é o coro (quando existir)?

A que estilo artístico/histórico a peça pertence (clássico, realismo, expressionismo, romantismo...)?

Qual o espaço da peça (continente; país; cidade; ambiente interno/ambiente externo...)?

Qual o tempo da peça (Ano; época; período; horário do dia; estação climática: chuva, vento, calor, neve...)?

Existem referências a cenografia, iluminação, figurino, maquiagem, no texto?

Sobre as personagens:
Quem é o(a) protagonista?

Quem é o(a) antagonista?

Qual a idade das personagens?
Quais são suas posições sociais?
Status marital?
Saúde?
Atitude moral? Estado mental? Educação?
Situação em que se encontra no momento presente?

Peça teatral - Ato sem palavras

Texto Ato sem Palavras, de Samuel Beckett

Bem, comentar este texto de Samuel Beckett, não é muito fácil, principalmente por se tratar de uma obra individual e sem preocupações com o que o público vai achar de tal espetáculo.
Vamos começar pela palavra “ACT” e suas inúmeras formas de tradução e conceitos. Como o próprio Beckett diz, refere-se a divisões de cena de uma peça teatral, tanto quanto, movimentos, ações, atos, atuação, desempenhos que corresponde a exercício de ator. Mas o que é exercício do ator? E o que é ação? Será que tem diferenças?
Exercício de ator corresponde às técnicas apreendidas ao longo de oficinas e estudos da vida de qualquer ator, essas técnicas possibilitam ao ator movimentações de palco, faciais, posicionamento de voz, corpo dentro de um espaço cênico, podemos citar também o posicionamento mental, pois esse é de suma importância pra vida do ator, ele tem que se colocar de uma forma completa no interior de sua personagem e para isso a posição mental e psicológica tem que ser bem preparada e trabalhada.
Podemos nos referir, como citei acima, a várias ações no texto de Beckett, pois ele acontece a todo o momento e algumas vezes simultaneamente. Logo na 1ª linha temos “...é lançado para...”, a ação está clara, o homem não entrou no palco, ele foi lançado, alguém ou alguma coisa o lançou, portanto há uma ação de uma segundo elemento, ainda falando da 1ª linha, temos um contraposto com a 4ª linha, lá temos “... saindo de onde tinha entrado...”, mas o homem não entrou, como disse, foi lançado.
Saindo do texto e entrando no espetáculo teatral, temos várias ações, segundo as rubricas o homem assobia, a luz aumenta, coisas sobem e descem do teto, mas a mais importante das ações para mim é sem dúvida o ato de pensar, pensar é uma forma de agir, é uma ação interior de qualquer sujeito.
O texto “Ato sem palavras” expressa o pensar humano, este raciocínio é real, mas algo sobrenatural faz deste homem um paralítico, a meu ver este sobrenatural é a natureza que se movimenta indiferente ao ser humano, sentindo tudo que este ser provoca de ruim para ela, mas indiferente. O homem pensa, e pensa também que a natureza não pensa. Certamente ela não pensa, mesmo assim consegue estar acima do ser humano.
O homem tenta alcançar a natureza, mas ela está acima dele de uma forma soberana, que nem o raciocínio, criações e feitos humanos tais como: Os cubos, tesoura, corda que encontramos no espetáculo consegue fazer com que alcance-a.
As forças sobrenaturais e naturais, como a natureza, são o que regem e determinam o destino humano, que um dia foi natural, mas não se contentando com esta condição tenta se transformar em algo inominável, destruindo e construindo um mundo só seu, um mundo falso, fraco e dependente.
O texto até a página 4 tinha coerência, da metade desta página em diante teve várias incoerências, o que me confundiu um pouco, fiquei na dúvida se foi erro da tradução, digitação ou se o próprio autor produziu estas incoerências nas rubricas e consequentemente no espetáculo.
“....Tenta colocar o cubo grande sobre o maior...” Mas só havia, nessa parte do texto, o cubo menor e o maior.
“Ele pensa e vai pra sua saída à direita.
De imediato ele é arremessado para o palco”. Mas ele não saiu do palco, como pode ser arremessado novamente?
Na página cinco o jarro de água desce duas vezes, ele desceu uma, e não tem referencias que ele havia subido novamente, daí ele desce de novo brincando em frente do ator. Bem, são algumas observações que fiz em relação aos erros ou incoerências propositais do texto.
O que me chamou mais atenção no texto e que tem ligação com minhas análises
Foi uma das ações do ator, a ação de colocar os objetos que pegava de volta ao seu lugar de origem, acredito que o autor da obra quis dizer algo com isso, o que me vem de imediato à mente é que o “homem” tenta não fazer o mesmo que fizeram com ele, tirá-lo do seu lugar e lançá-lo ao deserto de sol ardente.
Texto sem palavras, mas para que usar a linguagem falada, para um subtexto tão completo e recheado de emoções? Em muitas situações não precisamos falar pra nos fazer entender. A Arte teatral tem recurso do corpo ativo, onde o corpo exprime palavras.

Se gosta de pesquisar é só clicar!

1-Para quem gosta de cultura clássica(Grécia), temos o site www.greciantiga.org/
2-Para cenotécnica, ver o site do CTA (Centro Técnico de Artes Cênicas): www.ctac.gov.br/index.htm ;
3- para teatro brasileiro, ver site da Enciclopédia visual das artes cênicas brasileiro, www.eca.usp.br/enciclopedia/ ;
4- para pesquisas em Artes cênicas, veja site da ABRACE(Associação Brasileira de Artes Cênicas)www.portalabrace.org/index.htm;
5- para vários links nacionais em artes cênicas, ver /www.estudosteatrais.blogspot.com/;
6- para informações sobre autores e artistas nacionais de teatro, veja www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_teatro/;
7-Para quiser quiser textos sobre dramatugia, teorias do teatro, além de textos teatrais, veja www.marcusmota.com.br ;
8- Para a SBAT(Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), veja www.sbat.com.br;
9-para teorias teatrais, ver site do Grupo Tempo, www.grupotempo.com.br/tex_teatro.html;
10- Para história e teorias teatrais,festivais, espetáculos, ver site do Centro Brasileiro de Teatro para a Infância e Juventude, www.cbtij.org.br;
11- Para uma lista de autores e obras teatrais nacionais, ver o site Catálogo da Dramaturgia Brasileira, http://www.kuhner.com.br/catalogo/.12- Para quem gosta de Moliere, www.site-moliere.com/

Casa de Candomblé - Rio Branco/ AC



Produção artística e espaço ritualístico no contexto vivêncial do aluno
O espaço visitado por mim foi uma casa de candomblé que segue a doutrina de ILEASE de logun, seu representante oficial é o “Pai” Tafaomiro, incorporado por um amigo que conheço desde infância chamado, Célio Gomes.
A casa fica em um bairro distante e periférico, de difícil acesso, foi fácil encontrar a rua da casa de candomblé, difícil foi entrar na mesma, pois só havia um caminho pequeno e com mato grande que passava no máximo um carro por vez. Lá moram muitas famílias e pelo que percebi de outras religiões, pois ouvi cânticos evangélicos durante o ritual que observava.
Quando cheguei fui muito bem recebida, o pai me alertou que deixaria tirar fotos porque me conhece. Isso me levantou várias perguntas: _Porque não posso fotografar seu ritual e posso fotografar outros?
Espaço físico:
São três terrenos juntos. Do lado esquerdo uma casa de madeira onde mora a “Ecade”, mulher que cuida de todos os serviços da casa no que se refere à limpeza de objetos, comida, lavagem de roupas brancas.
Esta casa acima, é de mãe Tereza, ela resolve muitos problemas de saúde espiritual e corporal, tem sempre um jarro com água e velas acesas, para que possa ficar sempre na claridade.
Assentamento de Logun fica na entrada do terreiro, serve pra proteger toda a casa de maus olhados. Podemos observar que também há água ao lado, tal como o assentamento de mãe Tereza.
Não vi produção visual no que se refere à pintura ou escultura, mas se considerarmos esculturas os vasos de assentamento de santos, encontraremos alguns no lugar visitado. Vemos cerâmicas e louças de porcelana.
Vemos muitos elementos simbólicos na casa de candomblé. Participei do ritual que acontecem todas as sextas feiras, escolhi este por se tratar de um ritual que não recebe muitos visitantes. Todas a sextas feiras é feito uma reza em homenagem a Oxalá, Deus supremo, é o mesmo que os católicos e evangélicos acreditam, invés de Jesus, Oxalá. Neste dia os fiéis não fazem trabalhos de macumba ou trabalhos terrenos que lhe causam cansaço, pois este dia é reservado a Oxalá.
O ritual começa as 18h00min h, mas nesse dia, devido atrasos de alguns fiéis, deu início as19:30 h. Primeiramente eles preparam a comida que vão oferecer a Oxalá (milho, mel),

Logo depois acendem o defumar ( não se pode assoprar o defumador pra acender a brasa) por isso leva algum tempo acender, dentro colocam ervas aromáticas e açúcar o que dá um aroma realmente muito bom.
No momento da defumação andam um atrás do outro e cantam uma canção. Este ritual de defumação é pra afastar espíritos ruins que se encostam por lá, então depois desse ritual, segundo os fies, ele fica purificado e pronto para a segunda etapa do ritual, que é a própria reza.
Eles estendem um lençol branco na terra e deitam de bruços sobre o mesmo, neste momento os pais de santo estão sentado em banquinhos de madeira rezando também, a oração acontece em um língua por mim, desconhecida. Ficam assim por mais de 30 minutos, depois pegam as oferendas e colocam em um altarzinho localizado em cima da porta de uma canhinha que é designada para a reza particular dos pais de santo, eles entram e ficam dentro desta, uns 15 minutos. Durante a espera pelos fiéis, eu presenciei uma conversa do Célio e uma moça, ela dizia que havia demorado por estar na reunião das Câmeras de Artes Municipal, onde estavam discutindo e decidindo o destino dos fundos econômicos conseguidos pela prefeitura de Rio Branco para apoiar as religiões e movimentos negros, lá havia pessoas de todas as religiões e estas não concordavam em dividir com a casa de candomblé, pois a mesma não era reconhecida, mas ela alegava que eram representantes de movimentos negros e tinham direitos, ouvi a moça dizer que não foi fácil participar da reunião e que saíram perdedores.
Após 02h30min fui para casa pensando naquela gente que lutou tanto para construir nosso país e participou efetivamente de suas conquistas e perdas, mas que até hoje não são reconhecidas dentro de suas crenças e culturas, sei que os negros não chegaram aqui por livre e espontânea vontade, eles foram arrancados de suas origens e trazidos para um lugar dominado pela igreja católica, que tanto fez mal também, para os nativos dessa terra e ainda fazem. Esta de roupa amarela em meio às brancas sou eu, Françoise, nunca havia participado de nenhum ritual desta natureza, gostei muito da experiência e pretendo voltar no dia 30/08/2008, onde acontecerá uma grande festa com muitas pessoas da comunidade de Rio Branco, será uma noite de oferendas, incorporações e batismos, Terá comes e bebe oferecido pela casa, Célio me assegurou que é uma festa linda.

Período Clássico - Grécia






Fídias – Período clássico
O grande legado de Fídias foram as esculturas que compuseram o Paternon, eram estátuas grandiosas, com roupagem pomposa, impressão de movimentos com relevos e bem trabalhadas, fez mais três esculturas da deusa Atena: Atena Prômacos, Atena Lêmnia, Atena Pártenos (438 a.C), apesar de não haver restado nada de suas obras foram feitas réplicas com descrição dos mais antigos historiadores, alguma dessas remontagens estão espalhadas pelos museus mais famosos do mundo, como o Louvre-París.
Esta é uma das obras supervisionadas por Fídias: Atena Pártenos (438 a. C). Tem na cabeça uma espécie de capacete ou coroa com várias figuras bem trabalhadas que torna este imponente. Vemos o semblante facial com características de pacificadora e um olhar levemente voltado pra direita dessa forma dá um ar de naturalismo, consegue expor a personalidade da imagem. Roupagem plissada, elegante, mas ao mesmo tempo simples. Seu braço direito está apoiado em um pedestal que sustenta todo o peso do mesmo, bem diferente do período arcaico que centralizava suas estátuas em uma simetria, dividindo o peso entre as duas pernas, exemplo: Os couros. Na sua mão direita está repousada a figura da Vitória de Samotrácia com todos seus detalhes, certamente esta obra seja de mármore, pois precisa de elementos que lhe dê sustentação. No braço esquerdo está segurando um escudo que também está apoiado em uma figura que me parece uma pedra, este escudo sustenta a parte esquerda do corpo da figura. Nesta escultura encontramos o princípio de Policleto, que é o contraposto, podemos ver a perna esquerda levemente encostando e músculo relaxado como se fosse dar um passo, se houvesse a representação da perna direita certamente estariam seus músculos contraídos.


Polícleto de Argos – Período Clássico
Esta obra de Policleto retrata a figura “O Diadúmeno de Atenas”, (O portador de diadema), antes de descrever qualquer coisa sobre ela vale a pena relatar que esta é uma obra literalmente grega no sentido de mostrar a beleza idealizada dos gregos, seus músculos e perfeição do corpo humano. No período classico os artistas tinham a procupação de retratar além do corpo nú características peculiares da figura humana, como a expressão facial, deslocamento da postura, articulação dos membros.
Nesta obra vemos a cabeça da figura com um arco (diadema) e voltada para à direita e ao mesmo tempo para baixo, seus olhos também estão direcionados para baixo, mostrando alguém desprocupado e vivendo seu cotidiano, pois a roupa que está repousada em um pedestal de sustenção da obra atrás dele revela um homem que está despido como se fosse tomar banho.
Aqui Policleto usou seu princípio do contraposto, onde elimina a simetria central usada pelo período arcaico e coloca o peso do corpo da figura em uma das pernas, esta por sua vez está representada com músculos do joelho contraído, a figura está em uma posição como se fosse dar um passo à frente, assim Policleto dar movimento a figura.

A grande diferença de olhar e ver!


É preciso acordar e olhar em volta, saber contemplar as belezas que a vida nos oferece sem ônus, A verdadeira beleza está na nossa mente, acredito que seja uma percepção “intrapessoal”, depende de nós percebermos a beleza.
Tenho ao lado de minha casa, na esquina, um pé de alfazema, ele não é meu, todas as vezes que a chuva passa, ele exala um perfume que não dá pra descrever em palavras, essa beleza é nata e não nos pede nada em troca, está aqui bem perto de mim, mas só consegui enxerga-la, quando realmente olhei e senti.
Certa tarde ao ver meu filhinho brincando na rua, olhei para cima e depois de três anos consegui ver o que agora vejo quase todos os dias. É apenas uma palmeira de coqueiro, sempre esteve ali, mas nunca tinha visto. É uma das coisas mais belas que já tive contato visualmente, corri, peguei minha câmera e registrei, não ficou por inteiro, mas vale a pena ser contemplada por vocês. O sol. As palmeiras de um coqueiro. Eu, apaixonada pela beleza natural.

Apoio para facilitador teatral

Princípios do facilitador dos jogos teatrais

Os jogos servem para habilitar os facilitadores, ajuda-lo a conhecer o grupo que está trabalhando. Para isso deve seguir alguns procedimentos iniciais que são:
Finalidades dos jogos teatrais
Saber sua eficácia e valor
Táticas
Deve se perguntar:
Quem eu sou?
Que lugar ocupo perante esse grupo ou instituição?
As condições e características de todos envolvidos no jogo
Fazer o mapeamento do grupo e de si próprio em relação a instituição, qual relação ele tem com a mesma.
A forma das oficinas
Fazer perguntas aos jogadores a cada jogo realizado:
O que o jogo tem a oferecer?
Quais os problemas potenciais?
Como ameniza-los ou soluciona-los?
Deve se preocupar:
Vocabulário
Apresentação das regras
Clareza dos jogos
Duração dos jogos
Segurança dos participantes
Diversificar os grupos, dando oportunidade de rotatividade
Estimular os participantes
Não forçar as participações nos jogos

Sobre o filme "2001, uma odisséia no espaço"

TEMPO, AÇÃO E ESPAÇOS ETERNOS – 2001 X 2001 PENSAMENTOS.

Já é fato que o filme “2001 – Uma Odisséia no Espaço” de Kubrick revolucionou uma época sendo um dos melhores trabalhos cinematográfico do séc. XX, trouxe pra os terráqueos uma realidade até então não imaginada por muitos, tanto no que se refere ao passado (origem), como futuro. O filme lançado em 1968 fez uma viagem histórica e profética de 2001 anos, sendo esta última previsão para os próximos 33, expondo com muita técnica as possibilidades e desafios que a humanidade teria para chegar ao êxtase da evolução humana.
As características tecnológicas do filme, bem como o espaço, tempo e ação, proporciona de certa maneira uma catarse para os expectadores, pois no instante da apreciação do filme, ele se encontra dentro dele se purgando e ao mesmo tempo purificando sua alma através de possibilidades invisíveis, porém imagináveis, passando por situações primitivas até chegar na mais alta contemporaneidade.
Como em obras do teatro clássico, por exemplo: As tragédias gregas, o filme de Kubrick consegue de forma sutil inserir seus expectadores em situações e aventuras fantásticas, portanto acredito que nesse sentido já atinge um dos objetivos da arte, que é transportar indivíduos pelo tempo e espaço através da poesia.
Apesar do filme “2001 – Uma Odisséia no Espaço” ser um trabalho revolucionário e cheio de tecnologia, nele há um percentual grande de poesia. Aproximando esta produção da sétima arte supracitada para os dias atuais, pode-se considerar que o autor foi além do ano de 2001, pois a população atual ainda está se encaminhando pra o desfecho do filme. Creio que poderíamos nos arriscar em cambiar o número 2001 do título do filme, para “Eternamente – Uma Odisséia no Espaço”.
Será que podemos traçar uma linha paralela entre o filme e as tragédias gregas? Se levarmos em consideração o conceito das palavras “Odisséia e Tragédia” sim.
Odisséia – 1. Viagem cheia de peripécias e aventuras. 2. série de complicações ou ocorrências variadas e inesperadas. (Aurélio Buarque, 1999).
Tragédia – Peça teatral, de ordinário em versos, e que termina em regra, por acontecimentos fatais. (Aurélio Buarque, 1999).
Dentro desta aproximação, que com a ajuda do Aurélio se torna clara, podemos fazer algumas observações: Peripécias, complicações, versos, acontecimentos fatais foram encontrados nos dois trabalhos e a partir disso podemos encontrar tanto no filme quanto nas tragédias as unidades aristotélicas de tempo, espaço e ação provando assim que a dramaticidade do filme se aconchega no “berço” da tragédia Clássica.
O filme abrange diversos conceitos da palavra “Espaço”, nele encontramos o espaço cênico que constitui na área de atuação, pois não se restringe a um gênero dramático específico (Pavis, 1999 pp.132-4; 2005 p 142) in (Espasseando 2008, César Lignelli). Esta produção usou o espaço naturalista – que imita ao máximo o mundo que ele pinta. Sua fatura material – infra- estrutura, econômica, hereditariedade, historicidade (Espasseando 2008, Lignelli). O espaço do filme foi dinâmico de toda concepção dramatúrgica não causando problemas e tornando o espaço visível da fabricação e da manifestação do sentido (Pavis 1999 p. 134-5) in (Espasseando 2008, Lignelli).
O espaço dramático e gestual do filme se valeu de extraordinária concepção, pois deu oportunidade e possibilidades infinitas de ações. Segundo Lignelli, não se separa as ações dos personagens dos espaços, os dois se completam dando sentido ao drama exigido e escrito pelo autor. Por fim, falaremos do espaço acústico muito utilizado pelo diretor, compôs espaços que no olhar pareciam não existir, porém a música ritmada ocupava estes espaços, dando um imaginário sonoro a muitas cenas.
“O espaço acústico é explorado ao limite. ‘O fundo é tão importante como o primeiro plano existe um organismo vivo que hora respira ofegante com pressa e agonia e hora aparentemente descansa uma parte de seu corpo num cérebro repleto de erupções de pensamentos” (Davini 2000 p.262) in (Espasseando 2008, César Lignelli p.6)
O tempo e ação do filme acontecem simultaneamente se levarmos em consideração as palavras de Pavis 1999, no dicionário do teatro, onde ele relaciona o tempo do teatro à indicação de um movimento que não costuma ser medido por um instrumento de precisão,...( Lignelli 2008, Ao Mesmo Tempo p.3).
O tempo dramático do filme de Kubrck é maior que o tempo cênico, a ficção se passa em milênios em quanto a película dura 2hs e 15 minutos.
O tempo do filme é dado através da música, do ritmo durante todo o tempo cênico do filme os expectadores ouvem sons, dos mais primitivos aos mais sofisticados.
Mais uma vez retornaremos as tragédias gregas, agora com a ajuda de César Lignelli que diz em seu ensaio (Ao Mesmo Tempo 2008 p. 4):
“A Importância da noção do tempo na tragédia grega, considerada como a origem do teatro ocidental, tem sido explicitada principalmente pelo o lugar que a música ocupa em sua configuração”.
Como nas tragédias gregas, o filme traz essa característica sonora, através da musicalidade se alcançou o tempo e a ação das cenas.
O ritmo do filme é fortemente marcado pela música, ora ofegante ora tranqüila, dando completa composição à poesia da obra.
Com êxito o diretor usou os conceitos de Adolph Appia que aponta a música como forma de controle tanto do tempo quanto da emoção objetivando a organização do discurso para a produção de sentido em cena, (Lignelli 2008, Ao Mesmo Tempo p.5).
Acredito que o momento exato em que o filme fundiu as três unidades tempo, ação e espaço foi no final do filme, quando em uma maravilhosa transposição de cenas vemos no mesmo espaço vários tempos representado por ações e estados diferentes da mesma personagem, Tornando possível o que a realidade jamais conseguiu alcançar que é a eternidade, provando a sucessão dos tempos, espaços e ações não só do tempo como das espécies.

“Que é a eternidade”?
“A eternidade não é a soma de todos os nossos passados. A eternidade é todos os nossos tempos passados, todos os tempos passados de todos os seres conscientes. Todo o passado, esse passado que não se sabe quando começou. E, naturalmente, todo o presente. Este momento presente que engloba todas as cidades, todos os mundos, o espaço entre os planetas. E, é claro o futuro. O futuro, que ainda não foi criado, mas que também existe”.
Jorge Luis Borges