quarta-feira, 22 de abril de 2009

Diferenças de Valores entre Arte, Artesanato e Design

Pequena análise das
Diferenças de Valores entre Arte, Artesanato e Design.
A arte vem se desenvolvendo e se aperfeiçoando conforme os momentos históricos da sociedade política e social. Mas vale ressaltar que a arte veio antes de uma organização formal da sociedade, portanto ela é precursora de todos os movimentos históricos. Quando me refiro a “Política e Social” quero falar sobre os conceitos e idéias hegemônicas que regem toda uma sociedade. Estes conceitos estão no âmbito de formação de políticas públicas e sociais feitas por governantes ou mesmo por pessoas que em certos momentos pensam no desenvolvimento de uma sociedade politicamente organizada.
A arte como algo inerente ao ser humano sofre com modificações que, mesmo sem tirar sua maior função que é desenvolver o sujeito criticamente e fazer que ele use a sua arte para desenvolver a si próprio, tentam colocar e recolocar a arte no mundo conforme a necessidade da ocasião, do momento histórico. Em meio a tantas revoluções e evoluções artísticas a arte nunca perdeu sua real significação. Hoje falamos e aprendemos artes de várias formas e com vários nomes, que na maioria das vezes quer dizer a mesma coisa. Temos por exemplo o artesanato e o design como formas de Artes em períodos diferentes.
O que entendemos hoje por artesanato é que, é algo feito manualmente e em pequenas quantidades. Porém desde a primeira revolução industrial que o artesanato vem sendo degradado e subjugado pelas novas tecnologias. As máquinas trouxeram novas perspectivas para o artesanato, e ao longo de dois séculos ele foi reduzido de útil para fútil. Atualmente os artesanatos se encontram em feiras populares e museus. Nas feiras eles são objetos de ornamentação tanto pessoal como habitacional, compramos artesanato para enfeitarmos nossos lares ou ao nosso corpo, não somos obrigatoriamente sujeitos a tê-los, ou seja, virou de certa forma luxo. Já os artesanatos dos museus, estão lá como documento histórico de um povo.
O design veio através da segunda revolução industrial, fim do século XIX até meados do século passado, a forma mais simples de entender este nome é encará-lo como um projeto ou modelo de um produto ou artefato, onde através deste modelo pode-se ter vários objetos iguais, mas isso só foi possível, é claro, com todas as máquinas que criaram nestas revoluções industriais. Com isso estes artefatos que antes eram artesanatos, baratearam e alcançaram todas as classes sociais da sociedade.
Enfim, por um lado a recusa do artesanato e por outro o apogeu do design. Mas porque o design foi tão rapidamente aceito pelas pessoas? Esta resposta é de fácil entendimento e darei uma resposta que existe no texto de Dulce Ozinski que fala sobre “O ENSINO DE ARTE E A INDUSTRIA” pág. 45.
“As fábricas colocavam no mercado quantidades enormes de artigos a um baixo custo, destinando-se a atender à demanda de um público ao qual faltava educação e tradição, ‘um público que ou tinha dinheiro demais e falta de tempo ou falta de dinheiro e tempo’(Pevsner,1994:3)”
Estas colocações de Ozinski se encaixam perfeitamente neste texto e contexto entre Arte, design e artesanato, pois com tantas evoluções tecnológicas as pessoas não tinham mais tempo para fazer seus próprios utensílios, os operários trabalhavam até 18 horas por dia para ganhar o sustento da família e se tornar também um consumidor ativo dos novos inventos, assim se sentia parte da sociedade. Eles também queriam participar das descobertas das indústrias, apesar de seus produtos fabricados não ter quase valor estético, oferecia comodidade para todos. E os ricos ou as classes que tinham posses, em muitos dos casos eram donos ou sócios das fábricas, esses não tinham tempo, mas tinham dinheiro e mais do que ninguém deveriam utilizar o que eles preconizavam que era bom. A mercadoria industrializada.
Falei no meu texto sobre estes nomes: Arte; Artesanato; Design. Tentei diferencia-los. Mas o que consegui, creio, é que como dito anteriormente todos estes nomes se encaixam em um só nome, “Arte”. Apenas são diferentes em seus valores estéticos, funções e utilizações. Essas diferenças são bem definidas nas idéias hegemônicas, nas vanguardas industriais e naqueles que decidem os rumos de uma cidade, país, nação e porque não dizer o mundo.


Bibliografia:
OSINSKI, Dulce. As Academias e o Surgimento do
Neoclassicismo. In:______. Arte, História e Ensino Uma
Trajetória. São Paulo: Cortez Editora v.79. 2002 (Questões da
Nossa Época ).p. 31‐43.
Site:
www.brasilescola.com

2 comentários:

Eva disse...

Oi, Françoise!
Parabéns pelo blog!
Seu texto sobre arte, design e artesanato ficou bem interessante.
Parabéns pelo seu trabalho como contadora de histórias.
Sou arte-educadora e entendo bem os desafios e prazeres dessa área.
Fico feliz de saber desses trabalhos em Rio Branco, já que sou vizinha, de Manaus.
Continue estudando e atuando sempre!

antonio carlos disse...

Olá, Françoise!
Agradeço pelos esclarecimentos.
Sou estudante de Desenho Industria.
Quero aqui parabenizar esse trabalho bonito feito por você e que muitos bons frutos sejam colhidos.
Um abraço!